A gente pega em uma idéia, agarra ela com os ossos dos dedos, sufoca bem, até que ela - tonta e suave com a gente - diga:
- Que é que você faz comigo?
E aí a gente faz o que se pode fazer com uma idéia: abre bem a boca, deixando a mostra todos os ameaçadores dentes e engole a idéia, sem mastigar, que é pra não estragá-la.
E depois de algum tempo, ela costuma "abolotar" (que nem meu querido Manoel de Barros gosta) dentro da gente e depois de bem abolotada, ela passa a gritar e sair pelos poros, pelos cabelos, pelos olhos. E sai!
É bom lembrar que a personagem principal do processo de uma idéia é, justamente, o abolotamento. Para abolotar bem uma idéia é preciso tempo, verbo humano pro fazer. Um dia qualquer desses, engulo um grande número de idéias e depois de algum tempo que relógio nenhum vai perceber, explodo em coisas boas.
Ai embaixo, para a gente começar a brincar, a idéia de Jorge de Lima engolida por Luiz Fernando Carvalho. Poetas conversando fora do tempo: um lê as letras do outro, engole a idéia e depois vomita LavourArcaica nos nossos olhos.
- Que é que você faz comigo?
E aí a gente faz o que se pode fazer com uma idéia: abre bem a boca, deixando a mostra todos os ameaçadores dentes e engole a idéia, sem mastigar, que é pra não estragá-la.
E depois de algum tempo, ela costuma "abolotar" (que nem meu querido Manoel de Barros gosta) dentro da gente e depois de bem abolotada, ela passa a gritar e sair pelos poros, pelos cabelos, pelos olhos. E sai!
É bom lembrar que a personagem principal do processo de uma idéia é, justamente, o abolotamento. Para abolotar bem uma idéia é preciso tempo, verbo humano pro fazer. Um dia qualquer desses, engulo um grande número de idéias e depois de algum tempo que relógio nenhum vai perceber, explodo em coisas boas.
Ai embaixo, para a gente começar a brincar, a idéia de Jorge de Lima engolida por Luiz Fernando Carvalho. Poetas conversando fora do tempo: um lê as letras do outro, engole a idéia e depois vomita LavourArcaica nos nossos olhos.
"Maduro pelos dias, vi-me em ilha, portanto. Como conhecer as coisas senão sendo-as? Como conhecer o mar senão morando-o?" (Jorge de Lima)
"Minha motivação no cinema é a passagem de um estado a outro estado.
A cada instante, preparar o espectador como um pintor escolhe e mistura suas cores, ou como um músico, ou como um pagé reúne suas folhas para depois extrair delas um conjunto de sensações.
Só passamos de um estado a outro se este conjunto de sensações existir.
Só ultrapassamos a mera construção técnica de um filme se formos capazes de gerar uma fabulação, um sonho, com tamanha força de contaminar o escuro do cinema como uma peste.
É necessário criar um estado de vidência.
Mas a fabulação exige de nós um movimento: oferendar-se. Ir com a coragem de pertencer ao desconhecido, à tela ainda em branco.
É preciso tornar-se, liberar a vida lá onde ela é prisioneira, ou, pelo menos, abraçar este combate incerto em busca das visões.
O fruto de toda essa necessidade é a linguagem."
A cada instante, preparar o espectador como um pintor escolhe e mistura suas cores, ou como um músico, ou como um pagé reúne suas folhas para depois extrair delas um conjunto de sensações.
Só passamos de um estado a outro se este conjunto de sensações existir.
Só ultrapassamos a mera construção técnica de um filme se formos capazes de gerar uma fabulação, um sonho, com tamanha força de contaminar o escuro do cinema como uma peste.
É necessário criar um estado de vidência.
Mas a fabulação exige de nós um movimento: oferendar-se. Ir com a coragem de pertencer ao desconhecido, à tela ainda em branco.
É preciso tornar-se, liberar a vida lá onde ela é prisioneira, ou, pelo menos, abraçar este combate incerto em busca das visões.
O fruto de toda essa necessidade é a linguagem."
(Luiz Fernando Carvalho)
http://www.youtube.com/watch?v=cVRT00LHElg
Um comentário:
oiiiiiiiii...
saudadesss!!!
que bom que vocês fieram um blog pq ai a gente pode conversar mesmo quando estivermos off..rs
Beijoss!
amo vcs!
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